DEVOLUÇÃO
A cadência do andamento do comboío levou-lhe os pensamentos para longe.
Na mão, agarrado como se fosse à vida, tinha o livro de Luis Borges deixado por seu pai antes de partir.
Escreveram-se ao longo de oito anos mas nunca mais se encontraram.
Chegando ao lugar da Carvoeira reconheceu seu tio Alberto, de semblante sombrio pela morte do irmão.
Caminharam até ao cemitério. Chegada a sua vez de lançar um punhado de terra em cima do caixão, Alexandre devolveu a seu pai o livro que o acompanhara durante oito anos e que o marcara para sempre.
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