CIRCO
Já estudei o guião,
acertei o passo
e atentei na deixa;
acompanhei o ritmo
aprendi o gosto
e decorei as falas.
Subi ao palco,
fui cabeça de cartaz
dirigindo orquestras,
dancei em cavalos a galope
e saltei do trapézio, sem medo,
mesmo com a rede com buracos
maiores que eu.
maiores que eu.
Fiz piruetas,
posei para as câmaras, sem pestanejar,
inventei lágrimas perdidas
e a gargalhada precisa.
e a gargalhada precisa.
Risquei a giz o meu lugar no palco
e, sem enganos, esperei nos bastidores
o abrir dos panos
e o reabrir das palmas.
e o reabrir das palmas.
Entendi as palhaçadas e mentiras
que me levaram a deixar de acreditar
e continuo a não saber representar.
e continuo a não saber representar.
Triste para quem gosta de circo
e de histórias de verdade.
e de histórias de verdade.
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