PARTIDA
Choro
por cima de mim,
de dentro de mim,
enrugando-me num corpo que já não conheço.
Que me é distante e estranho.
Que me trai em cada dia, a cada alvorecer
e no entardecer das tardes sem o gozo de todos os dias.
Réstia de mim,
retrato de outro eu que não este, estou agora a ser.
E assim serei até que o choro deixe de me atormentar
lavando e levando o sofrimento que me foi dado
apagando sem desvios
os sulcos de dor lavrados no rosto,
as mãos caídas sem amparo arrastadas dia após dia
procurando consolo,
molhando o que de mim ainda existe para dar,
chorando sem prepósito nem propósito,
sem espera,
lançada que estou nesta viagem contada no tempo.
Choro
tentando lavar o que de nojo transporto na alma
e a dor que me come a carne que resta viva.
O choro que choro não é brando
nem leve, nem sequer bonito é de se ver
Vai pedindo um amanhã diferente
com menos mágoa, menos dor, menos tudo isto de agora.
por cima de mim,
de dentro de mim,
enrugando-me num corpo que já não conheço.
Que me é distante e estranho.
Que me trai em cada dia, a cada alvorecer
e no entardecer das tardes sem o gozo de todos os dias.
Réstia de mim,
retrato de outro eu que não este, estou agora a ser.
E assim serei até que o choro deixe de me atormentar
lavando e levando o sofrimento que me foi dado
apagando sem desvios
os sulcos de dor lavrados no rosto,
as mãos caídas sem amparo arrastadas dia após dia
procurando consolo,
molhando o que de mim ainda existe para dar,
chorando sem prepósito nem propósito,
sem espera,
lançada que estou nesta viagem contada no tempo.
Choro
tentando lavar o que de nojo transporto na alma
e a dor que me come a carne que resta viva.
O choro que choro não é brando
nem leve, nem sequer bonito é de se ver
Vai pedindo um amanhã diferente
com menos mágoa, menos dor, menos tudo isto de agora.
<< Home