VOOS DE VERÃO
Quem se apoderou primeiro dos lábios um do outro?
Na pele cresceram caleiras sedentas de chuva
com remoinhos secretos mergulhados num pedido de água limpa.
Entraste-me
como quem empurra um desejo urgente
incendiando o meu corpo como se fosse teu.
Dentro do feitiço das tuas mãos,
a cada entrada tua,
fui nascendo a sul das minhas ancas.
Hoje abri as mãos ao vento, como se fossem asas novas
para voar primeiro que eu própria
pelo teu céu perdido ao largo.
E agora,
explica-me como se adia um coração.
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