BALANÇOS
Solta-se a escrita como quem solta os cabelos
apanhados por um espartilho durante todo o dia.
Solta-se o grito como quem despe o vestido aprumado
usado diariamente para ver sem ser vista.
Solta-se a alma de quem ama com as letras
a decorarem as palavras
como quem pinta um quadro
ou desenha um monstro.
Porque um poema é um desenho sem sons,
tal como a nossa história.
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