OUTONO
Na cidade perdemos a noção da biodiversidade, fantástica característica do mundo que me apaixona.
Quando fugimos deste amontoado de betão e stress que afronta quem vive nas cidades e passamos para lá da barreira do peso urbano retomamos o contacto e a capacidade de apreender a variadade das cores, das formas, das distâncias, dos cheiros, das texturas, o retorno ao que de mais humano e natural existe em nós.
Todas as estações do ano têm a sua beleza, os seus cheiros, as suas intuições e sensações embora sejam cada vez menos marcantes as passagens e alterações climatéricas entre elas, como até há uma ou duas dezenas de anos atrás.
O Outono trouxe, mais uma vez, os tons quentes avermelhados, amarelados e ruivos das folhas das árvores e dos campos, o manto escorregadio das folhas debaixo dos pés, o sol esfriado tentando acalmar o frio que nos fustiga a pele, o prazer da lareira acesa, do calor dos cobertores e dos chás e tisanas quentes ao longo dos dias.
A fuga da cidade enche-nos de cores que aquecem a alma e nos revisitam as memórias por dentro. Os nossos sentidos alertam-se e renovam-se interiormente à procura de mais descobertas.
Tal como acontece entre as pessoas pertencemos mais à Natureza quando a deixamos entrar.
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