NO TEU PEITO
Prendes-me
para que aprenda a amar
devagar no sítio onde me encontro
com cada curva,
na reentrância
do corpo que treme
na emoção
das rugas do rosto
que encaixa
que encaixa
nos lábios juntos
com línguas atadas
com línguas atadas
num nó
circunflexo enjaulado,
sem palavras.
Os poros drenam-nos
as dores
dos gritos adormecidos
percorridos de dias
amontoados de sons
amontoados de sons
mudos
com sabor de amargura
de tempos antigos,
silenciados de vez.
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