Escrever histórias 100 palavras

As histórias fazem parte do nosso universo, mesmo quando já somos crescidos por fora. Escrever histórias é uma das formas de conseguir sobreviver ao mundo dos crescidos. Helena Artur é o pseudónimo da Joana Quinta

domingo, agosto 13, 2006

FÉRIAS



Li há pouco uma amável mensagem.

Dizia mais ou menos isto:" Há semanas que não publicas nenhum post e eu estranho ...
... começo a recear. Faço votos para que esteja tudo bem contigo e, se assim for, agradeço-te que me "desinquietes".

Pois bem, aqui vai a explicação agradecendo em simultâneo : Férias!
Finalmente entrei de férias e desde essa data só agora tive acesso a um computador...não é meu mas leva-me até onde quero estar agora.

Infelizmente Espanha estava a arder. Os incendiários também chegaram à Galiza: estradas cortadas, cinza, fumo, ar irrespirável, um cheiro a queimado que nos torra a alma e embora os galegos tentassem prosseguir com a eficiência com que abraçam os turistas tornou-se impossível descansar nas Rias Baixas. Paciência, muda-se a rota.

Abre-se o mapa ( uma especialíssima edição anotada!) e ruma-se à costa das Astúrias.
Má escolha. Na vida nem todas são as melhoras, as boas, as acertadas. Desta vez foi tipo jogo de euromilhões: ou não sai ou vai parar a outro país!

A costa das Astúrias nada tem de fantástico ou sequer parecido com a Galiza. A paisagem é bonita. Mas fracos os hoteis, fracas as praias, restaurantes desajeitados e uma nota péssima para as casas de banho das "áreas de serviço"- nada têm a ver com as nossas e com a cadeia de restaurantes e serviços espalhados pelo nosso país paralelemente com o recurso ao combustível. Em alguma coisa somos melhores que os "nuestros hermanos", não?

De facto, é tão incómodo e pouco reconfortante fazer milhares de kms sem uma casa de banho ou um hotelzinho decente! Encontrei quase tudo: desde um WC de senhoras duma ranhosa bomba de gasolina espanhola cujo único "equipamento" era um rectângulo em cerâmica ao nível do chão com um buraco no meio e dois pés desenhados de cada um dos lados do mesmo, até à enganosa sinalização da existência de postos de abastecimento de combustível na realidade desactivados!

Mas acabei no "Paradoro de Trujillo", tendo antes passado pela bonita vila de Tordesilhas- pretexto para uma lição de História à rapaziada- onde ficaria muito mais tempo se não recomeçasse a perseguição dos incêndios! Parecia maldição. O cheiro a queimado fez-se notar novamente. Desta vez em Cáceres...Pronto, desisti! Achei que algo me empurrava para voltar com tantos fogos e incendiários a lembrarem-me Portugal.

Mas as férias continuam, graças a Deus!