Há um ano,
dia 29 de Novembro de 2005
dia 29 de Novembro de 2005
Hoje morreu um homem
com a cabeça sobre o meu regaço.
Ali, tão perto de nós
e, por fim tão longe
na partida.
"já não está aqui"
"já o perdemos"
"já nada mais há a fazer"
Frases que todos ouvimos
mas que os nossos olhos, cruzando-se, continuavam a questionar.
Seria possível? Assim ? Então é assim?
Agora é, está... e logo depois já não é, já não está?...
Agora está e agora mais um segundo já não está?...
Que fio tão ténue.
Hoje morreu um homem
com a cabeça no meu regaço,
com o resto da sua vida entre as minhas mãos...
E nada pude fazer para a agarrar,
para lha devolver,
contrariando o inevitável.
Hoje morreu um homem,
com a cabeça no meu regaço.
Em vez de perfume,
senti que as minhas mãos tinham um pouco de vida,
um pouco de morte.
Quando as nossas mãos dão ajuda, amor, carinho
fica sempre um pouco de perfume nelas.
Quando elas são ineficazes na luta contra o inevitável
fica nas nossas mãos um pouco cheiro a quê?
Hoje morreu um homem
com a cabeça no meu regaço.
Quis Deus que fosse testemunha,
simplesmente testemunha,
da partida para uma viagem que é sempre solitária.
com a cabeça sobre o meu regaço.
Ali, tão perto de nós
e, por fim tão longe
na partida.
"já não está aqui"
"já o perdemos"
"já nada mais há a fazer"
Frases que todos ouvimos
mas que os nossos olhos, cruzando-se, continuavam a questionar.
Seria possível? Assim ? Então é assim?
Agora é, está... e logo depois já não é, já não está?...
Agora está e agora mais um segundo já não está?...
Que fio tão ténue.
Hoje morreu um homem
com a cabeça no meu regaço,
com o resto da sua vida entre as minhas mãos...
E nada pude fazer para a agarrar,
para lha devolver,
contrariando o inevitável.
Hoje morreu um homem,
com a cabeça no meu regaço.
Em vez de perfume,
senti que as minhas mãos tinham um pouco de vida,
um pouco de morte.
Quando as nossas mãos dão ajuda, amor, carinho
fica sempre um pouco de perfume nelas.
Quando elas são ineficazes na luta contra o inevitável
fica nas nossas mãos um pouco cheiro a quê?
Hoje morreu um homem
com a cabeça no meu regaço.
Quis Deus que fosse testemunha,
simplesmente testemunha,
da partida para uma viagem que é sempre solitária.
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