O MEU TRAVESSÃO NOS TEUS CABELOS
Há uns meses atrás a minha filha Mariana telefonara-me para Paris. A voz dela continuava parecidíssima com a minha. Quantas vezes ao longo dos anos confundiram telefonicamente as nossas vozes. E com o mesmo nome, as confusões ainda aumentavam mais criando, por vezes, situações caricatas.
Telefonara-me perguntando pelo meu travessão de "marcassites". A Ana queria usá-lo para prender o véu de noiva.
“- Claro que sim! Claro que gostaria muito que o usasse...”- fiquei contente com o pedido.
Há uns meses atrás a minha filha Mariana telefonara-me para Paris. A voz dela continuava parecidíssima com a minha. Quantas vezes ao longo dos anos confundiram telefonicamente as nossas vozes. E com o mesmo nome, as confusões ainda aumentavam mais criando, por vezes, situações caricatas.
Telefonara-me perguntando pelo meu travessão de "marcassites". A Ana queria usá-lo para prender o véu de noiva.
“- Claro que sim! Claro que gostaria muito que o usasse...”- fiquei contente com o pedido.
“-Está aí em Lisboa, no Areeiro... no guarda-jóias dentro do armário do meu quarto. Podes ir lá buscá-lo para verem se lhe fica bem.... A Ana lembra-se assim tão bem dele? Poucas vezes o usei nos últimos anos”- continuámos a conversa telefónica.
Quando pousei o auscultador infalivelmente recordei-me do travessão e de como mo deras. Tinha sido há muitos anos, meses depois de regressarmos da primeira viagem que fizémos a Madrid.
“ –Afinal o que representei para ti e para a tua vida? No início pensavas que íamos ficar juntos? Que o nosso caso duraria tantos anos?- perguntavas-me ao ouvido.
“-Sempre foste uma provocação para mim! Nem sei bem dizer o que representavas para mim quando nos conhecemos”- disse soltando uma gargalhada.
“-Provocação? Como assim? Explica melhor”- pediste.
“-Sabes bem que fiquei perturbada quando te vi e quando ia às tuas aulas ficava a olhar para ti de soslaio para ninguém notar...nem tu! - recordei meigamente.
“-Provocação ou tentação?”- provocaste-me novamente.
“- Hum... deixei-me levar até onde o meu coração me mandou... e a tentação me impeliu! E fui sempre dar até ti. Foste o que posso chamar de karma positivo!”- foi a minha vez de te provocar.
“- Quando tocavas a campainha do portão ia sempre ver-te da varanda, sabias? Subias a dois e dois os degraus da escada de tão apressada que estavas! Depois ia por-me à porta, à tua espera, como se ainda não te tivesse visto. Vinhas sempre afogueada e cheia de vontade de mim!”- lembraste-me.
“-Sim, meu amor, começaste por ser uma fantasia ou um sonho. E tudo ficou tão importante entre nós que tornaste-te numa paixão sem a qual era impossível viver. Significaste o meu e o teu amor juntos, fizeste vir ao de cima o que eu tinha de melhor”.
“- Queres casar comigo, princesa?”- perguntaste não esperando pela resposta para me ofereceres um travessão lindíssimo em “marcassites”.
“- Nenhuma mulher apaixonada resiste ao pedido de casamento do homem que ama!”- apanhei os cabelos com ambas as mãos e coloquei o travessão.
“-Mas tu és diferente. Nunca se sabe o que dirás, o que farás...és uma caixinha de surpresas. Também por isso te amo, Mar...minha pequena Mariana”- disseste emocionado.
“- No amor e no amar sou igual a qualquer mulher apaixonada!”.
Quando pousei o auscultador infalivelmente recordei-me do travessão e de como mo deras. Tinha sido há muitos anos, meses depois de regressarmos da primeira viagem que fizémos a Madrid.
“ –Afinal o que representei para ti e para a tua vida? No início pensavas que íamos ficar juntos? Que o nosso caso duraria tantos anos?- perguntavas-me ao ouvido.
“-Sempre foste uma provocação para mim! Nem sei bem dizer o que representavas para mim quando nos conhecemos”- disse soltando uma gargalhada.
“-Provocação? Como assim? Explica melhor”- pediste.
“-Sabes bem que fiquei perturbada quando te vi e quando ia às tuas aulas ficava a olhar para ti de soslaio para ninguém notar...nem tu! - recordei meigamente.
“-Provocação ou tentação?”- provocaste-me novamente.
“- Hum... deixei-me levar até onde o meu coração me mandou... e a tentação me impeliu! E fui sempre dar até ti. Foste o que posso chamar de karma positivo!”- foi a minha vez de te provocar.
“- Quando tocavas a campainha do portão ia sempre ver-te da varanda, sabias? Subias a dois e dois os degraus da escada de tão apressada que estavas! Depois ia por-me à porta, à tua espera, como se ainda não te tivesse visto. Vinhas sempre afogueada e cheia de vontade de mim!”- lembraste-me.
“-Sim, meu amor, começaste por ser uma fantasia ou um sonho. E tudo ficou tão importante entre nós que tornaste-te numa paixão sem a qual era impossível viver. Significaste o meu e o teu amor juntos, fizeste vir ao de cima o que eu tinha de melhor”.
“- Queres casar comigo, princesa?”- perguntaste não esperando pela resposta para me ofereceres um travessão lindíssimo em “marcassites”.
“- Nenhuma mulher apaixonada resiste ao pedido de casamento do homem que ama!”- apanhei os cabelos com ambas as mãos e coloquei o travessão.
“-Mas tu és diferente. Nunca se sabe o que dirás, o que farás...és uma caixinha de surpresas. Também por isso te amo, Mar...minha pequena Mariana”- disseste emocionado.
“- No amor e no amar sou igual a qualquer mulher apaixonada!”.
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