O coração é uma sombra que fala.
Sussurra incansável ao ouvido mesmo quando nos fingimos surdos.
Teimosamente empurramos para dentro de nós a razão
tentando resistir, como se as emoções não lhe fossem imunes.
Ah! Mas aquela voz surda ecoa
como uma sombra que não mente.
Tapamos os ouvidos, afastamo-nos
tentando fugir para onde só existam meios-dias,
mas ela conta-nos sobre a dor da ausência
que continua presente.
O coração diz,
sem som e sem palavras,
a dor da solidão,
o amor, o adeus que se sente
e a lealdade
das lágrimas que escorregam quentes.
A ausência está em mim presente
como se pedaço de vida fosse,
como na vida onde nos construímos.
O coração sabe dizer
sem falar.
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