SÃO MIGUEL
O vento chegou nas folhas das árvores
quando olho perto da janela do quarto que agora habito
como se sempre tivesse sido meu.
O vento anuncia a tua chegada e o fim da espera.
A hora de partir, o ciclo que se fecha,
o caminho que se
abraça.
Esta casa reclama que me vá
estas paredes querem recomeçar sem memórias
sem ninguém que se lembre de me lembrar.
E porque sou poeta
apago a realidade, renegocio-a
altero-a quando me é insuportável.
Equilíbrio é conseguir aglutinar
a magia do voo e o ficar nas raízes.
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