MAR IMENSO
Não revisites os nossos sítios,
os lugares das nossas viagens.
Não o faças, por favor,
não tornes a fazê-lo.
Há tantos outros caminhos para percorrer
onde não há rastos, como no mar,
onde nos cruzamos e tornamos a cruzar.
Apanhamos um ou outro barco, uma ou outra onda
e nem por isso deixamos rasto.
Não vás lá não, não vás!
Constrói uma outra vida
com quem agora povoa a tua,
mas não decalques a nossa
em papel vegetal
por cima de um mapa guardado.
Os caminhos das nossas mãos
dentro do mar onde partilhámos estradas
não serão traçados da mesma forma.
Depois de nós desapareceram.
Inventa outros
enquanto desenhas novos afectos.
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