Encenaste alguma translucidez, nunca transparências.
Para quê? Ficaste algures onde perdeste a frontalidade passando a ser igual a todos.
O mundo é pequeno e o que pensaste translúcido e pouco visível abriu-se mostrando realidades.
Não valia a pena teres encenado o óbvio, a traição, a falta de coragem, a falta de verdade, a tua falta de espinha dorsal .
A cidade encenou transparências e encerrou-as.
Fingiste brindar à perda agarrando o cinismo nesta manta de destroços em que o futuro foi adiado para o nunca.
Foi uma história igual às outras
só restando a claustrofobia de quando o elevador pára entre dois andares.
Mas lá dentro há sempre um espelho:
para compor o casaco e esconder o que não é bonito.
Estes foram dias de descobrir transparências. As tuas.
Foram dias de me abandonar nos passos.
Já tenho pretexto para abandonar a cidade e partir.
<< Home