SEM PRESSA
Entraste sem pressa de fuga
sabendo de uma mão algures
à espera do contorno da tua
e de tempo para desenrolar os fios
de um entardecer.
Fazes-me acreditar que é o vento
que equilibra e desvanece o medo
nos ramos que crescem e rompem
do nosso peito ofegante
sem deixar cicatrizes.
Entraste e trouxeste nevoeiro
entardecendo mais este domingo
em que uma ave te falou ao ouvido
bebendo a loucura da paisagem
que desalinhas com o olhar.
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