POESIA EM LISBOA (I)

A PARTIDA ou

O SOFRIMENTO DA IGNORÂNCIA

Partiste por entre as ruas conhecidas de Lisboa.
Partiste-me em mil pedaços ao partires
espalhando-os pelas ruas frias das madrugadas da cidade.

Pelas calçadas estreitas do bairro onde amanhecemos juntos
tantas vezes com as ausências e as carências que descobrimos em nós
Onde aprendemos a conhecer-nos
Amando também o céu.

E foi em mil que me parti quando partiste
pelo meio o caminho que levava

às ruelas e calçadas de Lisboa já mulher
acordada debaixo do véu pintado com as cores do mesmo céu.

Assim espalhada pelas quatro colinas respiro

as saudades do teu perfume conhecido
Como se macia cama fosse onde me deito
o dia em que nada quero ver
além da saudade que me pesa

e me faz pender

para um dos mil pedaços que agora sou.

O que restará de mim?

O que resta nestas ruas de Lisboa onde espalhaste

o que fui

as cores e os pedaços?

Restará o que tenho e o que não posso dar:
A nostalgia de ti.

O não suportar a dor da tua ausência
espalhada pelas ruas de Lisboa.

PASSAGEM

A Patrícia escreveu-me.

A mensagem tinha a Páscoa como tema.

Gostaria de a partilhar. Fará ainda mais sentido se for partilhada.

" Ontem iniciou-se a Semana Santa...muitos de vós, e até eu, reduzimos a Semana Santa ao feriado, às amendoas e aos ovinhos de páscoa que invadem o imaginário dos pequenos...
Porém esta época é muito mais que isso...é tempo de silêncio, de saborear o reencontro com Jesus Ressuscitado, é tempo de sermos Sinal do Seu Amor e é tempo de Alegria!
Assim, desejo-vos uma Páscoa no seu verdadeiro sentido: Passagem!
Passagem de uma vida antiga a uma nova vida, um novo recomeço cheio de Esperança, Fé e Caridade."