segunda-feira, março 19, 2012
domingo, março 11, 2012
SABER
que não tenha
nascido sem sofrimento.
Igual ao amor é preciso saber apreciá-lo
com o tempo
que lhe vai passando por cima.
Com a lama, a
neve e o frio que o tenta transformar.
Lama, neve e
frio que é preciso viver e ficar.
O amor não são
os suspiros dos primeiros beijos,
nem as mãos
dadas com as promessas futuras lá dentro.
É como um
poema. Há que o sentir e viver.
Mesmo quando a
chuva de Outono
tristeza trouxer não te
apresses a esquecer o passado,
mesmo se não
encontrares palavras para dizer
que o viveste.
PRIMEIRO CAPÍTULO
Sentava-me numa secretária antiga
com uma grande janela em frente
e sabia que queria ser escritora.
Escrevia em folhas de papel meio amarrotadas
que acolhiam a torrente de palavras que se desprendiam
da mão direita
vindas do ventre.
Era um rio que brotava águas infinitas
e tentando equilibrar-me num pequeno bote
remava até à margem mais longínqua
aprendendo a sentir-me.
O que escrevia começava ali
espalhando-se pelo deserto fora
onde a verdade passava também pelo silêncio.