Escrever histórias 100 palavras

As histórias fazem parte do nosso universo, mesmo quando já somos crescidos por fora. Escrever histórias é uma das formas de conseguir sobreviver ao mundo dos crescidos. Helena Artur é o pseudónimo da Joana Quinta

quarta-feira, dezembro 24, 2014

NATAL 2014


 

Aceitar torna-se complicado quanto menos consciente estou.
Tomar consciência é um presente fantástico que posso dar a mim mesma e aos outros todos os dias.
Tem sido um longo caminho mas estar atenta tornou-se parte integrante de ser. 
Acredito que haja milhares de outros diferentes e em nada menores ou maiores.
Na diferença encontrei sempre mais, tornando-se quase sempre alavanca que me deu a possibilidade de escolha e a oportunidade de aprendizagem.

O presente que pedi ao pai Natal é o Presente. 

Desejos de que sejam felizes sempre, mesmo entristecendo-se. 
É essa capacidade que nos torna humanamente capazes de sermos felizes.

Bem hajam os que amo e os que ainda não.



sábado, dezembro 20, 2014



 PÁSSARO



Trago no peito o peso
das palavras que não dizes
escrevendo-as, sem querer,
expondo-as sem culpa nem desculpa.

Não  têm fôlego nem sopros,
São daquelas que não se veem
todas feitas de um ar só meu,
que se calam quando passas.

quinta-feira, dezembro 18, 2014



 COISAS


Trago no peito o peso
das palavras que não dizes
escrevendo-as, sem querer,
expondo-as sem desculpas.

Não  têm fôlego nem sopros,
são daquelas que não veem
todas feitas dos instantes
que se calam quando passas.

Sei a língua da saudade
de um beijo que ao chegar
leva mais longe estes nós
que não me guardam sentidos.

Vou ficar mais longe deles
não deixo o corpo sentir
ficas ali suspenso e cheio
na palma das minhas mãos.
 

domingo, dezembro 14, 2014


HISTÓRIAS 100 RUMO


Não aprendi os passos
que iam da minha vida, sem respostas,
à tua rua repleta de perguntas.

Mas fui,
sem olhar as tábuas do caminho
onde punha os pés muito descalços. 

Retomo hoje os meus braços 
que sussurram o que embalou o medo 
numa tão curta viagem.
 
Tropeço neste chão ainda morno
onde ardo sossegadamente
com a melancolia do canto de um pássaro.

Fiquei com o coração desarrumado
porque te esperava há muito
para fugirmos juntos.

Pendo agora perante uma dor que não conheço, 
incrédula de incompreensão e de castigo,
triste, 
tão triste como só alguém feliz consegue ficar.