sexta-feira, julho 29, 2011
sexta-feira, julho 22, 2011
Trago no bolso músicas, canções, poemas... esta é uma de muitas outras.
quarta-feira, julho 20, 2011
No rosto das mãos
nenhum reflexo encontro
além de um lento murmúrio do mar.
Pudesse eu um sorriso
e descalçaria no fundo das águas
o eterno nevoeiro das manhãs.
Arranca-me do pulso o relógio parado
e leva-o contigo
marcando o tempo que já não existe.
Depois, larga-me no apeadeiro mais próximo.
terça-feira, julho 12, 2011
Deixaste-me entrar no teu refúgio e tornei a ouvir o silêncio.
Nasceu-me um pássaro por entre as mãos.
Longe da perfeição desejada não levantará voo tão já.
O tempo mostrará a certeza e voará na direcção do azul.
De asas abertas trará sempre melodias no bico das manhãs.
Escreverei poesia no seu dorso sabendo que pousará lentamente
neste fio de luz que passará a aclarar as noites.
sexta-feira, julho 08, 2011
Encenaste alguma translucidez, nunca transparências.
Para quê? Ficaste algures onde perdeste a frontalidade passando a ser igual a todos.
O mundo é pequeno e o que pensaste translúcido e pouco visível abriu-se mostrando realidades.
Não valia a pena teres encenado o óbvio, a traição, a falta de coragem, a falta de verdade, a tua falta de espinha dorsal .
A cidade encenou transparências e encerrou-as.
Fingiste brindar à perda agarrando o cinismo nesta manta de destroços em que o futuro foi adiado para o nunca.
Foi uma história igual às outras
só restando a claustrofobia de quando o elevador pára entre dois andares.
Mas lá dentro há sempre um espelho:
para compor o casaco e esconder o que não é bonito.
Estes foram dias de descobrir transparências. As tuas.
Foram dias de me abandonar nos passos.
Já tenho pretexto para abandonar a cidade e partir.
domingo, julho 03, 2011
Entraste sem pressa de fuga
sabendo de uma mão algures
à espera do contorno da tua
e de tempo para desenrolar os fios
de um entardecer.
Fazes-me acreditar que é o vento
que equilibra e desvanece o medo
nos ramos que crescem e rompem
do nosso peito ofegante
sem deixar cicatrizes.
Entraste e trouxeste nevoeiro
entardecendo mais este domingo
em que uma ave te falou ao ouvido
bebendo a loucura da paisagem
que desalinhas com o olhar.