quinta-feira, abril 30, 2009
sexta-feira, abril 10, 2009
"A descida da cruz" (1435) de Roger van der Weyden
Celebrando a Paixão e Morte de Jesus o dia de hoje, Sexta-feira Santa, é dia de silêncio, jejum e oração para os cristãos.
De norte a sul do país as procissões multiplicam-se. Uma delas, a procissão do Encontro, momento em que Maria, mãe de Jesus, se encontrou com Cristo no Calvário sempre me sensibilizou.
Maria terá percorrido nos primeiros anos do cristianismo, por várias vezes, o caminho que Cristo fez entre a casa do romano Pôncio Pilatos até ao Calvário, devoção que terá sido adoptada pelos peregrinos que visitavam Jerusalém.
Páscoa é também uma oportunidade: meditar, tentar perceber a diferença entre o importante e o acessório, perceber significados e guardar silêncio.
É mais um momento para o lavar das almas.
Visitando há dias o Museu do Prado “A descida da cruz” de Rogier van der Weyden foi uma das obras que mais me impressionou.
A dor que esta obra transmite é incrivelmente forte. Grita-nos aos ouvidos de tão estampada na expressão facial e na postura dos corpos.
O corpo de Jesus revela-se exactamente com a mesma curvatura no desfalecimento que o de Maria. Ele nasceu dela, e ela desfalece na morte d'Ele. A dor dela seria sempre a mais forte, a mais parecida com a do sacrifício d'Ele.
Não, hoje não é Dia da Mãe. É dia da Paixão e Morte de Jesus. Amanhã será um sábado de Esperança aguardando a Ressurreição do Senhor. Mas Maria, a mãe, no dia da morte do Filho de Deus não sabia que ao terceiro dia Ele ressuscitaria e a sua dor foi certamente uma pequena morte. Como pintou van der Weyden.