RESPOSTA DOS SILÊNCIOS
Meu querido,
Quando amamos vivemos pequenos infinitos.
O sofrer faz parte da ilusão de que
podemos controlá-lo mas, quando nos propomos viver, desafiamos o mundo, os nossos
outros, não controlando dor, alegria, o entusiasmo e as lágrimas. Nem as gargalhadas e as desilusões.
De
contrário, meramente nos encaixaríamos em
parâmetros erigidos por nós que erradamente sentimos que nos protegem.
Porque viver é perceber que nos vamos rasgar vezes sem conta.
Quando amamos vivemos pequenos infinitos.
Ficamos infinitamente maiores !
E a coragem de ter coragem de perder o medo faz parte da conquista de viver
inteiro.
Há segundos eternos.
Se escolhesse não me apaixonar o coração desobedecer-me-ia amando a entrega que dilui o medo.
Que a tua vontade de ser feliz seja mais forte que o medo de chorar.
Por isso poetiso-me, reescrevo-me porque também
tenho sonhos que me vivem.
Quero fechar os olhos e responder-te devagar.
Viver devagar
a calma na alma e o fogo
no coração.
Perguntaste-me sempre dos meus silêncios...
é que no meu coração entraste sem barulho,
só com o silêncio do sentir vivendo pequenos infinitos.